O presidente do Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), Francisco Madelino, desafiou hoje as universidades e os municípios a criarem "incubadoras de empresas", à semelhança do que se verifica em outros países.
"Acredito que a ligação às universidades é fundamental, grande parte das universidades quer dos Estados Unidos quer com experiências mais interessantes em termos europeus têm incubadoras de empresas para projetos dos seus alunos", declarou, aos jornalistas, à margem da assinatura de um protocolo com a Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC).
Francisco Madelino afirmou que o repto para a criação de incubadoras de empresas deve ser assumido "quer por via das universidades quer por via dos municípios".
"O Estado deve contribuir mas para a criação de serviços partilhados (pelos empresários na incubadora), mas as pessoas devem assumir o risco da própria instalação", disse, ao rejeitar a ideia de espaços gratuitos, como foi seguido no passado.
Referindo-se a "experiências do passado", por parte do IEFP, de criação de pavilhões para ceder gratuitamente (espaços) a empresas, assumindo o organismo os custos de água e eletricidade, Francisco Madelino considerou tratar-se de "um mau princípio".
"Não pode ser o Estado a fomentar a criação de edifícios, as experiências europeias têm sempre na base municípios e universidades", em que o empresário paga uma renda pelas instalações, sustentou.
"Em Portugal, as experiências que temos tido e existiram eram fundamentalmente dar instalações a preço gratuito e isso não é muito bom", insistiu, sublinhando "só pode haver um crescimento económico significativo da economia portuguesa se houver uma grande capacidade empreendedora da sociedade".
O protocolo hoje celebrado entre o IEFP e a ACIC permite dar continuidade a "uma estrutura mínima para promoção e informação" sobre as linhas de apoio ao empreendorismo.
Em Coimbra, funciona um Centro de Empreendedorismo e Inovação, na sede da ACIC, que pretende criar num edifício da Relvinha, na cidade, uma incubadora com capacidade para instalar uma dezena de novas empresas na área dos serviços.
O presidente da ACIC, Paulo Mendes, disse à Lusa que espera que a incubadora esteja a funcionar este ano ou no próximo, reclamando para tal apoios do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional).
"Tem havido muita dedicação às incubadoras de base tecnológica e para este tipo de incubadoras, necessárias para outro tipo de empresas, é essencial haver um buraco de financiamento", afirmou.
por Agência Lusa, Publicado em 10 de Fevereiro de 2010
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